domingo, 6 de maio de 2012

O bar, os botafoguenses e a morena



Sábado, 5 de maio de 2012. A noite caiu há pouco. No local, duas amigas à direita, um casal de namorados pouco atrás e dois homens praticamente ao lado. Frente-à frente, dois jornalistas, sedentos, conversam. Pedem uma, duas, três, quatro cervejas. Entre goles e prosa, rápido bate-papo com o dono do estabelecimento. Ele só desvia a atenção quando uma jovem insinuante passa na calçada, sorri, e promete voltar no dia seguinte.


A fisionomia de satisfação tem razão de ser. A bela morena é, assim como os três marmanjos, botafoguense. "E daquelas enjoadas, que torcem muito mesmo", garantiu Daniel, proprietário do Bar Universitário. O ponto, localizado na Avenida Alberto Torres, em Campos, próximo às faculdades de Odontologia e Filosofia, faz jus ao nome. Além de estudantes, torcedores costumam lotar o espaço para ver o time do coração.


O gentil comerciante não faz distinção em relação a preferências clubísticas. Só que deixa bem claro suas cores. Tem o coração alvinegro, assim como a guria serelepe e os dois profissionais da imprensa com quem dialogava. Ostenta, na parede ao fundo, um grande escudo do Botafogo. A estrela solitária também enfeita um relógio de parede, uma garrafa de vinho e sua perna esquerda.


Nem o ajudante, um rubro-negro convicto, consegue obstruir a aura em preto-e-branco que cerca o ambiente. Alguém lembrou da incrível série invicta em 1979: mais de 50 jogos sem perder. Difícil repetir a performance agora, mesmo já em quase metade do caminho. O que importa, para todos, é ser campeão de novo. De preferência, com uma vitória logo no primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca, contra o Fluminense, daqui a pouco.

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