Após a derrota de ontem para o Fluminense,
dolorosa pelo placar dilatado, o Botafogo tentar juntar os cacos para encarar o
Vitória, no jogo de volta, válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil,
nesta quarta-feira (09/05), no Engenhão. Na partida de ida, tudo igual: 1x1. O
Botafogo joga por empate sem gols ou vitória simples para avançar na
competição.
Mas quando a bolar, nesta quarta, os alvinegros
só pensarão no jogo de domingo e na pergunta que eu e todos os torcedores têm
feito desde o final da partida de ontem: dá pra virar?
Os mais céticos torcedores (botafoguense é cético
por natureza) dirão que não, que este jogo será pra cumprir tabela, que os
jogadores devem lutar pela vitória, mesmo que pelo placar mínimo, para que
possam se despedir com dignidade da competição.
A frase "há coisas que só acontecem ao
Botafogo" faz parte do vocabulário alvinegro há tempos e exprime de
maneira simples o que é o Glorioso: imprevisível. O imponderável acompanha o
Botafogo desde a sua mais tenra idade, passando pelo título de 1907, três anos
após ser fundado, no surgimento de um jogador que era dado como aleijado por
outros clubes e ganhou a alcunha de "o anjo das pernas tortas", que
destruiu retrancas pelo mundo e ajudou o futebol brasileiro a conquistar duas
copas. O Glorioso aprontou também num dia 15 de Novembro de 1972, aniversário
do nosso maior rival, o Flamengo. O resultado? 6x0, com direito a
"olé" e a torcida alvinegra gritando "chega, chega",
provocando o grande rival, que era treinado por Zagallo. Esse mesmo Botafogo
era capaz de outras surpresas, algumas não muito agradáveis, como perder um
título de Copa do Brasil de 1999, num Maracanã abarrotado de alvinegros (mais
de cem mil) para o modesto Juventude-RS.
Domingo que vem, o Botafogo pode acrescentar um
novo capítulo à sua rica e gloriosa história. Vencer é obrigação, mas, mais do
que vencer, os jogadores precisam entrar em campo, como os boleiros gostam de
falar, "com sangue nos olhos". E isso não significa jogo desleal,
reclamações ou coisas do gênero. Os jogadores precisam entrar concentrados no
jogo, sem firulas, sem estrelismos (estrela, só a solitária), buscando um gol
por vez, sem afobação e sem cair na catimba que os jogadores do Fluminense, que
com certeza tentarão impor ao jogo.
Outro fator que Oswaldo de Oliveira deve explorar
é em relação às faltas seguidas. A expulsão do Lucas no jogo de ontem não foi
culpa do técnico alvinegro, mas unicamente do atleta, que fez seguidas faltas,
mesmo após ser advertido com cartão amarelo. Era óbvio que em uma falta mais
forte dele, os jogadores do Fluminense partiriam pra cima do árbitro pedindo
sua expulsão.
Os gaúchos, em tempos de crise, costumam citar um
ditado que aprecio muito e que ilustra a situação alvinegra: "Não tá morto
quem peleia".
Não tá morto quem peleia! Enquanto a bola estiver
rolando, a luta deve continuar, a entrega tem que ser total. Esse é o espírito!
Ainda restam noventa minutos e o Botafogo precisa tirar essa diferença. Vencer
por três gols ou mais de diferença em um clássico que decide um campeonato é
difícil? Difícil é, mas quando envolve o Botafogo, tudo pode acontecer, para o
bem ou para o mal. Oxalá que para o bem!
"O Botafogo tem tudo a ver comigo: por fora,
é claro-escuro, por dentro, é resplendor; o Botafogo é supersticioso, eu também
sou. O Botafogo é bem mais que um clube - é uma predestinação celestial. Seu
símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma
estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da
luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus."
Armando Nogueira
Que essa estrela brilhe mais forte do que nunca, domingo!
Em relação ao Campeonato Estadual, não tenho mais esperanças.
ResponderExcluirEspero apenas que Oswaldo consiga levantar o astral da turma para amanhã contra o Vitória.