segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fora de sintonia

Sábado, 28 de julho. Dia de Botafogo x Figueirense, mais um compromisso do alvinegro pelo Campeonato Brasileiro. Décima terceira rodada. Obrigação de vitória por vários motivos; jogo em casa, o adversário na lanterna e os últimos quatro resultados não foram positivos. Grande expectativa também pela mudança tática promovida pelo treinador que, enfim, lança dois atacantes desde o início.

Bar Universitário, ali na Avenida Alberto Torres, em frente à Faculdade de Filosofia de Campos, reduto botafoguense pelas bandas do Parque Leopoldina, surge como cenário ideal para acompanhar a partida. O proprietário e outros torcedores se posicionam estrategicamente e, entre goles e goles em dezenas de cervejas espalhadas pelas mesas, aguardam ansiosos o apito inicial. Falou-se, à boca miúda, até em goleada.

De repente, apreensão no ambiente. Um senhor, já visivelmente alterado pelo excessivo consumo de álcool, faz peripécia em pleno salão. Uns riram, outros se preocuparam e o garçom tratou de jogar um balde d´água fria na situação - especificamente sobre o corpo do indivíduo desprovido momentaneamente de certas noções de civilidade. Imediatamente uma improvisada faxina foi providenciada.

Já em pé, o protagonista da cena escorrega sobre o chão ensaboado. Cai no cólo de outro homem. Mais risos. E tensão. De repente, cambaleante, desaba de vez, já numa imensa poça. Dois o ajudam a levantar. Uma cadeira é colocada próximo a calçada e lá o cidadão embrigado senta para se recuperar. Tentou balbuciar algumas palavras, mas o som emitido era inaudível. Assim como seus gestos, fora de órbita.

Falta de sintonia clara e evidente. E, guardadas as devidas proporções, o que aconteceu a poucos metros se repetiu na tela da TV. No gramado, em grande parte do primeiro tempo, o Botafogo também demonstrou falta de lucidez. Parecia estar, igualmente, sem nenhum entendimento do que se passava. Levou sustos. Titubeou. Tropeçou nas próprias pernas. Causou perplexidade. E dó. Foi envolvido e, pior: se deixou envolver.

Como nas histórias de final feliz, tudo deu certo no final. Um chute de Andrezinho, o desvio no zagueiro e a única bola nas redes adversárias garantiu o suado triunfo. Trôpego e refeito o suficiente apenas para andar a passos lentos e tortos, o devastado consumidor etílico vai embora. Assim como o time. Igualzinho. Envergou, envergonhou, mas levantou-se a tempo de evitar a desonra. Que da próxima vez, ambos os caminhos sejam menos tortuosos.


Animado grupo de botafoguenses acompanha jogo do Bar Universitário

3 comentários:

  1. Álvaro, vc falou em falta de sintonia. O meu pai falou q o time ñ encaixou. O Lance na sua edição impressa desta segunda traz uma matéria em que tb fala isso, q o time ñ encaixou. É ruim quando uma formação q a gente gosta, com quatro jogadores que sabem jogar bola no meio-campo, Renato, Fellype Gabriel, Seedorf e Andrezinho, ñ encaixa.

    Mas, agora, sou obrigado a concordar com o Neto. Esse ataque ñ está funcionando. Imaginem esse meio-campo com Loco e Herrera na frente.

    Mas pelo menos ganhamos. E apesar de termos ficado na mesma posição (8ª), os adversários que estão à nossa frente perderam pontos. Só São Paulo e Cruzeiro venceram. Estamos há 12 pontos do líder. E a quatro do G4. No meio de semana teremos o compromisso pela Sul-Americana contra o Palmeiras. E no sábado o Atlético-GO fora pelo Brasileiro.

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  2. Acho Osvaldinho muito blazé demais. Pra começar, Elkeson está longe de ser atacante, além de ser fanfarrão e se achar craque. E Rafael Marques no ataque só pode ser brincadeira de mal gosto.

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  3. Interessante como as coisas mudam. Antes do Seedorf chegar o time era só alegria, correria... Alguém até se lembrou do "carrossel holandês": uma equipe rápida, trocando passes precisos, bem entrosada.
    Bem... Esperamos que o Osvaldo "encaixe" o cidadão afro-descendentesão (negão)Seedorf naquele esquema...

    p.s.: não vi as peripécias do tal senhor, pois, só cheguei no segundo tempo. Vi a primeira parte no Terapia's (Assis). A foto ficou muito boa.

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