quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Uma Libertadores inteira ainda pela frente

O motorista deseja uma boa viagem aos passageiros. E logo reparo que ele é meu chará. Com a diferença do Weslley dele ser com dois “l”. Na noite anterior, eu já não havia dormido direito. O nervosismo e a ansiedade pela partida desta terça-feira tomava conta de mim. Mas era chegada a hora. Voltaria ao Maracanã depois de oito anos, desde a final do Carioca de 2006 contra o Madureira, em que o Botafogo foi campeão.

Neste meio tempo, tinha visto o Botafogo do estádio algumas vezes, uma no Engenhão em 2011, outra em Macaé contra a Cabofriense, salvo engano em 2010; e outras vezes no Godofredo Cruz, quando o Americano ainda estava na 1ª divisão. Precisava afastar a desconfiança de ser pé frio, afinal em 2002, quando o Botafogo caiu para a 2ª divisão, estava morando em Niterói e fui em quase todos os jogos. E na única vez que fui ao Engenhão, o Botafogo perdeu.

Na entrada do estádio encontro com o amigo Ricardo Mezavilla, que participou comigo do livro de crônicas “A Magia do 7”. Ele me pergunta um palpite. Eu digo: 2 a 0. No começo, já dentro do estádio, fico um pouco pensativo. Mas ao ouvir certo cântico da torcida, me empolgo, tiro a camisa e começo a cantar.

Vai começar o jogo. Ferreyra é o último a entrar em campo, assim como fazia Loco. Grito com ele: Hoje vai o sair o seu gol “El Tanque”. O jogo começa nervoso. Muito sofrimento até que aos 30 minutos, Jorge Wagner chuta, o goleiro dá rebote e “El Tanque” Ferreyra coloca para dentro. Do estádio parece que ele está sem ângulo, mas vendo o replay do gol pela TV percebo que ele estava bem perto do gol. Ele vibra muito muito e declara depois que “Foi como um sonho”!

Para mim também foi como um sonho. Mas ainda tem o 2º tempo. Penso: Bem que o jogo poderia acabar por ali. Mas ainda tem muito sofrimento. Só que não. Logo no início da etapa final, Wallyson recebe uma bola na entrada da área. Grito com ele: Vamos Wallyson, vamos Wallyson! E ele chuta bem, no canto, para ampliar o placar. Estava selada a vitória sobre o campeão argentino, o time do Papa. A torcida cantando na saída do estádio foi lindo e mostra que ela acredita e estará com o time nos outros jogos no Maraca.

Na viagem de volta para casa não consigo dormir. Fico sonhando acordado com o que foi este dia. Dia em que a torcida deu mais um show. O time mostrou espírito de Libertadores de novo. Com Edílson com a faca nos dentes. Gabriel ganhando tudo. Marcelo Mattos na raça. Enfim, um dia para lembrar para o resto da vida.

E como disse Neto no  Face antes do jogo de quarta-feira passada, que eu não pude ir, "se morresse hoje morreria feliz". Mas não morri. E não vou morrer agora. Porque o Botafogo também não morreu na praia. E se for assim vai longe. E precisamos de muita vida ainda para ver este time que honra a nossa camisa. Dá-lhe Fogão!

Wesley Machado

6 comentários:

  1. O seu testemunho e essa bela torcida que esteve no Maracanã nos dois jogos da Libertadores provam a miopia e a profunda injustiça que dirigentes, alguns jogadores e quase toda a mídiafizeram alegando que os torcxedores não iam ao estádio e não apoiavam, como se não fosse os dirigentes com boa gestão e o time com bons resultados que chamam a torcida. Aliás, todas as torcidas. Quando não lhes dão, as torcidas não retribuem, pela simples razão que um 'nada' não tem retribuição.

    Abraços Gloriosos, companheiro PÉ QUENTE!

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  2. Belo texto, caro Wesley. Ainda iremos juntos ao Maraca nessa Libertadores. Um abração.

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  3. Fala Wesley! Essa emoção sentida por você eu vivi no jogo contra o Deportivo. É demais mesmo. A galera deu show nos dois jogos. Ontem infelizmente não pude viajar para o jogo.
    A torcida tem empurrado a equipe, havendo uma importante interação time/torcida.

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  4. Rui, meu pai falou que "Caiu no Maraca tá morto!"! Álvaro, vamos sim! Que tal irmos à Argentina? E André, como eu disse no texto, o mais bonito e emocionante foi a torcida saindo do estádio cantando.

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  5. Wesley, na Argentina não vai rolar Mas contra Independiente ou Unión Española, acho que dá. Vou estar de férias nesse período.

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