terça-feira, 14 de junho de 2011

Altruísmo alvinegro?

Comparemos a história do Botafogo com a de qualquer outro grande clube do Rio ou do Brasil. À exceção do Santos, de Pelé, ninguém terá uma história mais ilustre. Pensemos nos grandes craques ou ídolos desses clubes. No nosso caso, Garrinha, Nilton Santos, Didi, sem falar em Jairzinho, Gerson, Amarildo e tantos outros jogadores importantes para as conquistas brasileiras em copas. Até a imprensa paulista é obrigada a reconhecer.

A despeito disto, nossos monstros sagrados não deixaram para o Botafogo uma galeria de títulos a que deveríamos fazer jus. Não temos o Mundial como o Santos de Pelé. Não temos Libertadores nem nada equivalente. Nem mesmo a recente mudança de ótica da CBF, no sentido de reconhecer títulos brasileiros anteriores a 1971, nos rendeu grande coisa: apenas uma Taça Brasil da década de 1960. Ou seja: parece que nossos monstros sagrados, que são realmente intocáveis, serviram mais ao Brasil do que ao glorioso.

Não chega a ser um pecado, pois o altruísmo é até uma virtude. E se formos pensar bem, parece caber mesmo bem no caráter botafoguense um tipo de grandeza que não é de autopromoção. Mas é uma pena ver que as melhores gerações de jogadores do Flamengo, do São Paulo, do Vasco ou do Palmeiras, tendo se situado vários degraus abaixo dos nossos melhores times, tenham legado a seus clubes troféus nacionais e internacionais que em tese os colocam em patamares superiores a nós. Quem imaginaria que um Juninho Pernambucano, por exemplo - embora bom jogador -, seria entre nós tão reverenciado? No entanto, parece que ele esteve no grupo vencedor do Vasco da década de 1990.

Este papo surgiu algumas semanas atrás no território alvinegro em que vivo, e eu acendi a controvérsia: ou nossos craques não foram tão craques assim ou jogaram mais para o Brasil do que para nós. Fico com a segunda opção, e acho que por isso mesmo foram canonizados e entronizados nos altares eternos do futebol...

Um comentário:

  1. Belo texto de estreia, Gustavo! Parabéns! Espero que volte a alimentar o blog com suas opiniões bem fundamentadas.

    Sobre a questão levantada, concordo com você. Nossos craques jogaram mais para o Brasil do que para nós. Isso prova que nossos craques foram mais craques do que os "craques" dos outros times.

    Afinal, se não temos nenhum Mundial Interclubes, temos três Copas do Mundo com a Seleção Brasileira.

    ResponderExcluir