quinta-feira, 9 de abril de 2015

Para Pretinho

Ontem saí a esmo pela rua e pensava até em me suicidar. Uma opção seria me jogar debaixo de um carro. Peguei uma van e fui ao shopping para ver um filme. Eram 20 horas e a próxima sessão era só às 21. Não dava. O jogo era às 22. Pensei em ver a partida num bar na Pelinca que me disseram que é ambientado com coisas do Botafogo! Mudei de ideia. Pensei: Vou ver o jogo no bar de um amigo botafoguense em outro shopping, bar este em que assistimos meu pai e eu ao final do empate do Flamengo contra o Madureira e ao início da vitória do Vasco sobre o Fluminense. Neste mesmo bar, o presidente do Botafogo, que vem de vez em quando a Campos a negócio, assistiu aos empates com o Volta Redonda e Barra Mansa. Ainda indeciso, minha mãe me liga e pergunta onde estou. Digo que estou na 28 de março e ela fala para eu ir para a casa da minha avó, que ela estava lá e minha irmã estava indo buscá-la. Corro para pegar um ônibus que estava parado no sinal. Quando chego ao ônibus, o sinal abre, bato na porta, ele anda e pára no próximo ponto perto. Pego o ônibus. Minha mãe havia falado que minha irmã chegaria em 20 minutos. E é exatamente este tempo que eu "demoro" para chegar à casa da minha avó. Minha irmã logo chega. E vamos para a casa dos nossos pais. Minha mãe fica na minha casa para ver minhas filhas, as netas dela. Pego a chave da casa com ela. Eu e minha irmã não conseguimos abrir o portão. Por coincidência, minha mãe liga e diz qual é exatamente a chave. Acho que estávamos colocando-a de cabeça para baixo. Poucos minutos para o jogo. Meu pai chega logo depois. Minha mãe aparece com um cachorrinho preto que achou na rua. Minha filha mais "velha" Luiza liga para saber do cachorrinho no exato momento em que o Botafogo marca o seu gol! Ela diz que deu a ele o nome de Pretinho! Minha irmã pega a ração do nosso cachorro Biriba e dá a Pretinho. Intervalo de jogo. Luiza liga de novo, minha irmã atende e diz que Luiza quer ver Pretinho! E eu vou buscá-la em casa. Mexo com Pretinho, que me segue até em casa. Pára duas vezes na rua. Tempo para eu olhar para o céu e ver apenas uma estrela, solitária. Peço a ela para o Botafogo ser campeão. Pretinho vê um portão aberto de uma casa quase em frente à "minha" e entra. A casa tem um gramado e um casal de jovens namora. A menina diz que o cachorro gostou deles. Chamo: "Pretinho"! Pego ele no colo e levo para dentro de casa. Coloco água para ele beber. Chamo Luiza, que quando vê o cachorro, grita: "Pretinho"! Pega-o no colo e o abraça. Subo para trocar de roupa. Coloco a camisa do Botafogo, o chapeuzinho preto da sorte e pego o boneco do Loco Abreu. Neste meio tempo, minha mulher bota o cachorro para fora. Ela diz que alguém, que seria o dono, teria pegado-o. Luiza entra em desespero e começa a chorar. Fala que quer ir na casa da avó, minha mãe no caso. Levo ela, que se acalma. O segundo tempo já começou. Luiza vai para o quarto que era do meu irmão flamenguista e agora é da minha outra avó, botafoguense, com o boneco do Loco Abreu. Sofrimento, tensão, emoção, alegria, festa! Foi por e para vc Pretinho, a reencarnação do Biriba original. Obrigado a Luiza por ter ligado. E agradeço a Deus por me permitir viver esta glória! Agora posso morrer tranquilo. Só que não! Elvis não morreu! Uhuh, Nova Iguaçú!

Um comentário: