Agradecimento em dose tripla

Leio atentamente as notícias sobre as saídas de Herrera, Loco Abreu e Maicosuel do Botafogo. Pelo que entendi, diretamente nos casos do argentino e do "Mago", e nas entrelinhas do uruguaio, o trio não fica no clube. Acredito em ciclos e creio que o deles chegou mesmo ao fim. Pode, sim, ser melhor para todos. Especialmente para o time, tão dependente dos três nos últimos anos. Respirar novos ares é saudável. Para os atletas e para nós, torcedores.

À Maicosuel, agradeço pelo brilhante futebol em 2009. Ali não levamos o título carioca, mais uma vez, por causa da arbitragem. Jogou muito em um time apenas mediano, que tinha no ataque Reinaldo e Victor Simões. O "Mago" foi o artilheiro do campeonato e eleito o melhor jogador. Saiu para a Alemanha, voltou depois, emocionado, e se machucou. Acompanhamos seu drama, torcemos por ele. Mas é fato que nunca mais foi o mesmo.

À Loco Abreu, agradeço pelo fato de ter ocupado o vago posto de ídolo. Incorporou o espírito do clube, chamou a responsabilidade e escreveu seu nome na história do Botafogo ao cobrar, com cavadinha, o pênalti que nos deu a taça em 2010 e, de quebra, acabou com a maldição do tri-vice. Fez mais gols, alguns em jogos muito bons como nas vitórias sobre Santos e Corinthians, e na decisão da Taça Rio contra o Vasco, esse ano. Mas já era hora de sair.

À Herrera, agradeço pela garra, raça, vontade e determinação em todas as vezes que vestiu a camisa alvinegra. Sempre foi extremamente dedicado e lutou como leão. Fez mais de 50 gols, o que é uma marca considerável. Mas, cá pra nós, nunca foi o jogador dos sonhos. Tem técnica limitada, erra passes bobos e também perde muitos gols. O saldo, claro, é extremamente positivo. Também chegou o momento de ambos, clube e Herrera, despedirem-se.

Vi um vídeo do tal Rafael Marques, homônimo de um zagueiro que já tivemos e hoje atua no Atlético Mineiro. Parece ser um atacante de alguma qualidade. Nas imagens, demonstrou razoável habilidade e um certo oportunismo. O forte, ao que tudo indica, é a velocidade. Tem a característica que o técnico gosta: versatilidade e mobilidade, principalmente. Atua na área e pelos lados do campo. Só que é pouco. Precisamos de outras peças de reposição.

Se Seedorf vier, ótimo. A dúvida é sobre a adaptação dele ao futebol brasileiro, diferente do praticado na Europa. Faltará, no caso desses dois serem confirmados, ao menos no meu entendimento, mais dois atacantes. Quando o tal Rafael não jogar, quem entrará? Vitinho, embora promissor, é cru. E William, também oriundo da base, ainda não disse a que veio. Mais dois nomes dentro do perfil desejado por Oswaldo seria o ideal para a linha de frente.

Enquanto o tabuleiro das negociações mexe pra lá e pra cá, vejo certa evolução na equipe. A partida contra o Internacional, sábado passado, me deu esperanças de um bom Brasileirão. O time, enfim, teve posse de bola e um volume de jogo muito maior do que o adversário. Vi menos chutões. Vi mais troca de passes. Vi movimentação e comprometimento de todos em campo. Era o que faltava. Agora é preencher as lacunas e seguir nesse novo rumo. Vamos lá!