domingo, 18 de abril de 2010

Eu e Neto: duas esposas, duas torcedoras!

Neto, sou solidário a você. E também agradeço a minha mulher, flamenguista sem convicção. Ela sentou-se no sofá ao lado, no intervalo. Sem qualquer cerimônia, torcia desenfreadamente pelo Botafogo. Esqueceu da frágil origem rubro-negra, que a fez torcedora de ocasião. Hoje, tinha pulmões e coração alvinegro, não a meu pedido. Era o instinto feminino, acho. Disse assim: "deitei aqui para te dar sorte". E deu, mesmo.

Um dos filhos, o menor, botafoguense, vibrava. O maior, flamenguista por influência do avô, tentava, meio sem jeito, atravancar os gestos efusivos. Coisa de criança. Depois do segundo gol, não sentei mais. Fiquei de pé, lata de Bohemia na mão e grito entalado. Gritei, dei instruções feito o Joel. Achei que Somália, Fahel e Caio, em ocasiões distintas, me ouviam. Bradei com Herrera, na hora da expulsão. "Não, não..." Ele não ouviu.

Segurei forte a camisa no momento do pênalti, confiando em Jefferson. Vi, pelo semblante de Adriano, que ele, assim como toda a "nação rubro-negra", não tinha o mesmo foco nosso na decisão. O “Imperador” titubeou em mínimos movimentos do rosto. Percebi. Cerrei punhos. E Jefferson defendeu! Achei, por instantes, que Fahel também tinha sido expulso. Precisei sair da sala e recorrer ao Globo.Com para checar. Felizmente, não.

Caio perdeu dois gols. Um, no drible inútil do prepotente Bruno, que se recuperou a tempo. Gritava eu: "o terceiro acaba com o jogo". Nada. Caio de novo. Sozinho. Ele, a bola, o gol... E o chute para fora. Não fizemos mais. Não levamos mais. Não sofremos mais. Sim, ganhamos. Dois títulos em cima do Flamengo, num único dia. Dois troféus. Duas taças. Erguemos, mais que isso, a alma. E como é gostoso sentir-se alvinegro. Dá-lhe, Fogo!

2 comentários:

  1. Amigo Álvaro,
    ontem ao receber seu telefonema-convite para assistirmos o jogo juntos hoje, lamentei não poder estar presente em Campos.
    Mas aqui, na solidão do meu novo lar, consegui soltar o grito. Queria estar em Assis, abraçar os amigos, sacanear outros, mas é um dia maravilhoso!!!
    E que bom termos mulheres especiais assim ao nosso lado.
    Só não entendi essa coisa de você ter um filho torcedor da urubuzada. É inadmissível!!!!! Doutrine este garoto e o traga logo para o lado do bem.
    saudações orgulhosamente alvinegras!!!!!

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  2. Caros amigos Álvaro e Neto, por coincidência ou não, minha esposa, Nilcéa, que era flamenguista e passou a torcer para o Botafogo para me ver de bom humor, ontem comemorou mais do que eu o título. E que minha filha, Luiza, tinha acordado com um grito de fdp que eu dei contra o juiz, que diga-se de passagem foi muito corajoso em marcar aqueles dois pênaltis para nós. Confesso que não quis ver nenhuma das duas cobranças. Sai da sala e só ouvi o grito de gol do Luís Roberto. Na hora do pênalti que Jéfferson pegou eu estava com ela no colo e não pude gritar para não assustá-la. Só comemorei contidamente com um abraço na minha mulher e um beijo na minha filha. Falei para elas, o Botafogo é Campeão. Luiza já sabe o que é Botafogo. Tenho uma tatuagem no peito e sempre que falo o nome Botafogo ela olha para a tatuagem. Hoje é dia de se orgulhar em ser botafoguense. Ainda não sai à ruas para ver as camisas nos corpos dos botafoguenses. Não estou com espírito para sacanear ninguém. Quero curtir esse momento gostoso. Recebi um parabéns de um flamenguista ontem. Eles estão conformados. Perderam três títulos em uma semana. A Taça das Bolinhas, a Taça Rio e o Carioca. E podem sair de uma competição importante, que é a Libertadores, na quarta-feira. Emfim, sei que temos de nos preocupar conosco, mas foi hilário ver o Milton Neves no Terceiro Tempo - não vejo esse programa, mas ontem passou por todas as mesas redondas da tv. Milton Neves disse que "todo mundo tenta, mas só o Flamengo que de hexa vira penta". Ha, ha, ha.

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