Hoje é dia 21 de junho de 2010! Para muitos, uma data como outra qualquer. Para o torcedor alvinegro, essa data é especial.
No dia 21 de junho de 1989, há exatos 21 anos, o Botafogo derrotava seu maior rival, o Flamengo, no Maracanã e encerrava um jejum de 21 anos sem títulos em General Severiano.
Para o botafoguense, um inveterado supersticioso, aquela noite reservava algo especial para o Glorioso. Vamos às curiosidades:
-O clube estava há 21 anos sem títulos.
-A data da final era 21/06/1989.
-A temperatura no Maracanã marcava 21ºC.
-O gol marcado por Maurício, após cruzamento de Mazolinha, saiu aos 12 (21 ao contrário) minutos do 2º tempo.
A campanha foi impecável: 14 vitórias e 8 empates. Campeão invicto!
Eis a ficha técnica daquela partida inesquecível:
Dia 21 de junho de 1989.
Estádio Mário Filho (Maracanã)
Botafogo 1 x Flamengo 0.
Gol de Maurício, aos 12 minutos do 2º tempo.
Juiz: Walter Senra.
Renda: NCz$ 302.592,00 (Trezentos e Dois Mil,Quinhentos e Noventa e Dois Cruzados Novos)
Público: 56.412 pagantes (68.671 presentes).
BOTAFOGO: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gotardo, Mauro Galvão e Marquinhos. Vítor, Carlos Alberto Santos e Luisinho; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha).
Técnico: Valdir Espinosa.
FLAMENGO: Zé Carlos, Jorginho, Aldair, Zé Carlos Nascimento e Leonardo. Aílton, Renato e Zico (Marquinhos); Alcindo (Sérgio Araújo), Bebeto e Zinho.
Técnico: Telê Santana.
Vi esse jogo com meu pai na antiga casa de minha avô paterna numa vila próxima à favela do Madureira, ali no Jardim Carioca. Lembro até hoje do gol de Maurício, após o cruzamento pela esquerda de Mazolinha. A bola estava mais para o Leonardo, que tentou se antecipar. O Maurício se protegeu com as mãos, o que conteve o movimento de Leonardo. Aí foi só tocar para o fundo das redes. O jogo foi transmitido pela extinta TV Manchete. Lembro também de um homem nu desfilando após o jogo em frente ao trailler do meu saudoso tio avô Sidney na Avenida Presidente Vargas, na Pecuária, onde eu morava. Provavelmente o sujeito pagava uma promessa, como foi a de Renato Gaúcho em 95 e a de Maradona em 2010. Naquele ano eu tinha "virado" botafoguense. Até então vestia camisas do Flamengo presenteadas pelo meu avô materno. Mas, levado por meu pai, ao Estádio do Itaperuna, para um jogo do alvinegro, fiquei emociado ao ver as bolas preto e brancas. E também ao tocar o capitão Mauro Galvão, que na época estava com a mão enfaixada. Aquele jogo terminou empatado em 1 a 1, se não me engano. Fiquei atrás do gol. Lembro que fomos para Itaperuna num fusquinha do saudoso Lenílson Chaves. O Carro deu problema na estrada e demoramos muito tempo para chegar ao nosso destino. Emfim toda essa história me fez torcer para o melhor time do mundo. o time que nos dá muitas decepções, mas que é único. Torcer para o Botafogo é muito bom. O Botafogo é um time especial. Tem histórias incríveis. Outra história que devo contar é que o jogo que definiu de vez que eu torceria para o Botafogo pelo resto de minha vida foi aquele 3 a 3 contra o Flamengo. Persíamos por 3 a 1. E o Gonçalves, que jogaria no Botafogo no ano posterior, fez um gol contra encobrindo Zé Carlos frangueiro (Que Deus o tenha). Depois Vitor, que depois seria técnico do Goytacaz, empataria com um golaço. Naquele jogo eu assumi minha paixão. Cheguei a fazer um desenho em que queimava a camisa do Flamengo e dizia: Agora eu Botofogo. Não sei onde está esse desenho. Se encontrá-lo prometo que publico aqui. Hoje sou feliz, porque não sou mais um na multidão. Torço para um time que tem tudo a ver comigo. Sou superticioso. E adoro a camisa alvinegra, bem mais bonita do que a vela de macumba. Não me vejo vestindo aquela camisa horrível e nem torcendo para esse time detestável. Não tenho perfil de flamenguista. Muitos dizem que todos nascem flamengo. Pode até ser. Mas alguns evoluem. No caso de minha filha Luiza, até a prima de minha mulher, que é flamengusita, disse que, não tem jeito, Luiza vai ser botafoguense. Tem cara de botafoguense. Desde cedo já reconhece o escudo do Botafogo. Emfim, é isso.
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