Mas talvez o
que o próprio torcedor do Botafogo não saiba é que a “Maldição Botafoguense”
pode ser aquele feitiço que às vezes se vira contra o feiticeiro. Estou falando
isto porque hoje assistindo pela televisão a um jogo do Botafogo pela Copinha
um lance chamou a atenção de todos, que foi uma sequência de jogadas artísticas
de um jogador adversário, que descontrolou o time do Botafogo, que acabou
levando o gol e tendo um jogador expulso justamente por uma entrada violenta no
mesmo jogador que cometeu o que pode ser considerado um abuso.
O que quero
dizer é que seria muito fácil cair em falso moralismo e dizer que o jovem
jogador da equipe que enfrentou o Botafogo praticou um excesso. Mas esta seria
uma tremenda contradição vinda de um botafoguense, que tem como um de seus
maiores ídolos o endiabrado Garrincha, que atormentou incontáveis “Joões” com
seus dribles humilhantes. É possível que o Botafogo esteja pagando pelos “pecados”
de Garrincha. Afinal, quem tanto tripudiou agora sofre eternamente o mal do
ressentido.
E o que
dizer das palhaçadas de Túlio Maravilha, zombando com seus nomes de gols e
comemorações? E a cavadinha de Loco Abreu, um herege a provocar a sanha da
maior torcida do Brasil? Por estas e outras que o Botafogo começa seus jogos
pensando não em ganhar, mas em não perder, como cantado no hino, o qual Seedorf
quis mudar. Porque para o botafoguense vale o que Darcy Ribeiro disse em “O
povo brasileiro” sobre o que esperava da nova civilização brasileira: “Mais
alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades”.
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