sábado, 5 de janeiro de 2019

A maldição botafoguense

Já virou clichê dizer que “o botafoguense é o torcedor mais supersticioso do mundo” e que “há coisas que só acontecem com o Botafogo”. Isto todo mundo sabe. Mas o que muita gente pode não saber é que existe uma “Maldição Botafoguense”. A tal “Maldição Botafoguense” é usada pelos torcedores do Botafogo quando algum jogador que saiu pela porta detrás do clube acaba se dando mal em outro time.

Mas talvez o que o próprio torcedor do Botafogo não saiba é que a “Maldição Botafoguense” pode ser aquele feitiço que às vezes se vira contra o feiticeiro. Estou falando isto porque hoje assistindo pela televisão a um jogo do Botafogo pela Copinha um lance chamou a atenção de todos, que foi uma sequência de jogadas artísticas de um jogador adversário, que descontrolou o time do Botafogo, que acabou levando o gol e tendo um jogador expulso justamente por uma entrada violenta no mesmo jogador que cometeu o que pode ser considerado um abuso.

O que quero dizer é que seria muito fácil cair em falso moralismo e dizer que o jovem jogador da equipe que enfrentou o Botafogo praticou um excesso. Mas esta seria uma tremenda contradição vinda de um botafoguense, que tem como um de seus maiores ídolos o endiabrado Garrincha, que atormentou incontáveis “Joões” com seus dribles humilhantes. É possível que o Botafogo esteja pagando pelos “pecados” de Garrincha. Afinal, quem tanto tripudiou agora sofre eternamente o mal do ressentido.

E o que dizer das palhaçadas de Túlio Maravilha, zombando com seus nomes de gols e comemorações? E a cavadinha de Loco Abreu, um herege a provocar a sanha da maior torcida do Brasil? Por estas e outras que o Botafogo começa seus jogos pensando não em ganhar, mas em não perder, como cantado no hino, o qual Seedorf quis mudar. Porque para o botafoguense vale o que Darcy Ribeiro disse em “O povo brasileiro” sobre o que esperava da nova civilização brasileira: “Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades”.

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