domingo, 3 de março de 2013

Que venha o Vasco



Dória, Bolívar e André Bahia comemoram a vitória. Foto: AGIF
A máxima “há coisas que só acontecem com o Botafogo” nunca caiu tão bem como hoje. Apesar de jogar em seus domínios, o Alvinegro enfrentou um Flamengo com a vantagem do empate, em virtude da melhor campanha na fase de classificação da Taça Guanabara, além de comemorar o 60º aniversário de Zico, maior ídolo da Gávea.
Mas o adversário era o Botafogo. O mesmo Botafogo que no dia 15 de Novembro de 1972, aniversário do Flamengo, aplicou a maior goleada do confronto, inapeláveis 6x0 e o apelo da torcida Alvinegra: “Chega! Chega!”. Esse mesmo Botafogo que acabou com a sequência de 52 jogos de invencibilidade do Flamengo (a mesma do Botafogo), num belo gol de Renato Sá, que ficou conhecido como “O demolidor de invictos”, pois fora o responsável por dois gols quando o Grêmio venceu o Botafogo por 3x0 e acabou com a série de 52 jogos sem derrota da equipe de General Severiano, a maior série invicta do futebol brasileiro. Além desses dois jogos, cito a vitória da equipe reserva do Botafogo sobre o badalado Flamengo de Sávio, Romário e cia., em 1997, partida válida pela Taça GB. Nesse jogo, outro Renato aprontou: Renato Carioca, golaço. Botafogo 1x0 Flamengo.
A mística alvinegra de sempre acabar com o seu rival em momentos festivos foi o que alimentou minha esperança de vitória. Já havia exposto, horas antes do jogo, um certo desânimo com o Wesley Machado, devido às pífias atuações da equipe, da apatia da torcida, do jejum de vitórias sobre o Flamengo no Engenhão...
O jogo mal começou e Júlio César, revelado pelo Flamengo, marcou o gol. Botafogo 1x0. Na fase de classificação, o Flamengo venceu por 1x0 com um gol relâmpago e aumentou o jejum de vitórias. O Botafogo vencia por 1x0, era aplicado na marcação, mas o torcedor ficava temeroso que se repetisse a mesma história de outros jogos, onde o Botafogo jogava bem, mas acabava por empatar ou perder as partidas.
No jogo de hoje o Botafogo foi de uma aplicação fora do comum. A marcação era perfeita, todos ajudavam e o Flamengo não conseguia criar jogadas. A defesa, tão criticada nos últimos jogos foi soberana. Até mesmo Rafael Marques, tão contestado pelos torcedores não comprometeu; brigou muito, inclusive com a bola.
Como era de se esperar, veio o segundo tempo e o Flamengo partiu para o abafa, com muitas jogadas aéreas e fazendo a bola rodar pela grande área alvinegra. O Botafogo permaneceu com a mesma equipe, que teve Gabriel substituindo Andrezinho ainda no primeiro tempo e postura, marcando forte, sem dar espaços para os homens de criação adversários.
O Flamengo martelou, martelou, mas não conseguiu furar a meta de Jefferson, em grande tarde, uma atuação digna de goleiro da Seleção Brasileira. O time da Gávea ainda reclamou de um toque de Marcelo Mattos, o que realmente ocorreu, mas o árbitro mandou seguir o jogo. No fim do jogo, o goleiro Felipe, em atitude desesperada, partiu para a área alvinegra, tentando conseguir um gol que pudesse consagrá-lo, mas acabou levando o gol. Vitinho, em rápida reposição de Jefferson, com o gol aberto fechou o caixão do Flamengo. Inapeláveis 2x0, fim do jejum, que persistia desde aquela vitória com a cavadinha do Loco Abreu, em 2010 e o primeiro triunfo do Botafogo sobre o Flamengo no Engenhão. Vitória e classificação para a final da Taça GB contra o Vasco, no próximo domingo. Lembrando que o Vasco joga pelo empate para levantar o caneco.
No aniversário do maior ídolo do nosso rival, o “Galinho de Quintino”, festa da “cachorrada”. O Botafogo, como sempre colocando água no chope do Flamengo em seus momentos festivos.
Parabéns, Zico!
Postado por Iatha Anderson.

3 comentários:

  1. Belo texto, Iatha! Bem resumida a partida com contexto histórico. "Rafael Marques brigou muito, inclusive com a bola", foi ótimo! Realmente, um verdadeiro presente de grego para o Galo! O Botafogo sempre surpreendendo. Não falei? Quando entramos desacreditados... Vide 89, 97, 2004 e 2010!

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  2. A História tem mostrado isso, Wesley. Basta o Flamengo entrar com algum favoritismo e o Fogão apronta.
    Saudações alvinegras!

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  3. Para quem não viu o jogo, aí está o resumo. Jefferson de fato um paredão e há quem conteste ele. Gabriel a cada corte chamava a torcida, contagiando os colegas. No segundo tempo recuamos demais e a entrada do Vitinho foi determinante para incomodarmos a defesa adversária. A melhor definição para a atuação do Rafael é a que está no texto.

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