Quando vi o Botafogo em campo com as camisas listradas de
manga comprida, uniforme que lembrava uma época áurea do clube, confirmei meu
bom pressentimento de que o Botafogo surpreenderia hoje. Já havia comentado
isto com meu pai. Ele, calejado, como sempre desconfiado do time, falou que um
empate já seria um bom resultado. Meu pai também costuma me dizer que não se
deve criar muita expectativa em dias de jogo do Botafogo. É quase impossível
não ficar nervoso, esperando a partida. Mas hoje eu me ocupei de outras coisas,
tirando o foco do jogo. E optei por ver a partida na minha casa, já que seria
transmitida pela Globo. Só comecei a prestar atenção mesmo aos 2, 3 minutos. E
aos 10, numa linda jogada do Luís Ricardo veio o primeiro gol, marcado por
Fernandes. Aliás Luís Ricardo fez uma partida primorosa, dando lençolzinho e
quase complicando por excesso de confiança numa bola em que atrasou com o peito
para Sidão. Este que salvou a equipe com uma grande defesa quando o Botafogo
começava a dificultar uma vitória até certo ponto garantida. Voltando para
anteriormente, foi quando resolveu a partida o que meu pai chamou de “dono do time”, o que segundo ele o Botafogo estava precisando. O estreante Camilo deu um belo passe para Neílton marcar o segundo gol
e deixou o seu num chute muito bem colocado. Foi o que garantiu a vitória surpreendente
para muitos, não para mim, deste Fogão que sempre que a torcida começa a
desacreditar ele meio que renasce das cinzas e traz de volta todo nosso amor e
a esperança de algumas alegrias em meio a tanto sofrimento.
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