Imagem Ilustrativa: Facebook |
Um dos mais importantes livros sobre o Botafogo, um dos clubes mais abordados na literatura, é "Entre o Céu e o Inferno", de Sergio Augusto. E o Botafogo, que sempre apronta com a gente, para o bem e para o mal, realmente circula entre os contrastantes branco e negro. Este ano cumprimos nosso compromisso no purgatório, onde com o já habitual sofrimento pagamos muitos dos nossos pecados.
Supersticioso que é, o Botafogo não atravessou a escada para o paraíso, nem mesmo a subiu facilmente, como seria cômodo. A música dizia "Reage"! E o Botafogo reconheceu a queda, não desanimou, levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. No campo.
A viagem foi longa e começou como uma nova era cheia de incertezas, mas com esperanças. O Botafogo no início do ano não tinha sequer um time para chamar de seu. O que esperar de 2015? Os adversários diziam que íamos nos apequenar, virar um novo América e houve quem afirmasse que o clube até mesmo acabaria.
A esperança tinha um nome: Carlos Eduardo Pereira, presidente eleito para o triênio 2015-2016-2017. A equipe começou a ser montada com a contratação dos experientes Renê Simões (técnico) e Antônio Lopes (gerente de futebol), que deram credibilidade ao clube. Mas os jogadores contratados, pouco conhecidos, a princípio causavam desconfiança no torcedor e na imprensa.
Uma derrota no amistoso contra um time chinês no início da temporada serviu para aumentar ainda mais a desconfiança no time. Mas eis que no Carioca a equipe surpreende, é campeã da Taça Guanabara, numa conquista inusitada, onde o Botafogo vence o seu jogo e os jogadores terminam secando o maior rival, que tropeça e assim ficamos com o charmoso troféu.
Uma classificação nos pênaltis emocionante para a final do campeonato na partida contra o Fluminense, em que o goleiro Renan foi o herói. E a perda do título para o Vasco não doeu tanto. Era consenso que o que importava era a Série B.
O Botafogo faz um campeonato regular, com algumas intempéries pelo caminho. Chuta as pedras, que rolam e viram bolas em direção aos gols, de Navarro, Neílton, Sassá, Luis Henrique, Ronaldo, etc, sem esquecer, para sermos justos, de Bill, Rodrigo Pimpão...
O goleiro Jefferson, que havia ficado no clube mostrando seu amor pela Estrela Gloriosa, foi o alicerce que sedimentou um plantel que soube suar e honrar a "camisa que enverga varal", como destacou Renê Simões.
O treinador, que ajudou a montar o elenco com Lopes, passou o bastão para Ricardo Gomes, que chegou num momento crucial onde a equipe oscilava e, auxiliado por Jair Ventura Filho, conseguiu manter o time no topo até o almejado acesso, culminando com o título como a cereja do bolo.
Novamente campeão nacional 20 anos depois. Comemorar? Sim, como disse Ricardo Gomes: “para nunca mais voltar”!
Agradecemos a todos os jogadores, desde Renan Fonseca, que só deixou de atuar em uma partida, até aqueles que entraram vez ou outra, mas que fizeram parte da festa.
Agradecemos à diretoria, à comissão técnica, aos funcionários, desde o botafoguense motorista do ônibus até os gandulas, que trabalham tendo o privilégio de assistir ao jogo de dentro do campo.
Nesta saga, recorri a Deus, Nossa Senhora da Conceição, a quem o Botafogo foi consagrado, São João Batista e Santa Terezinha das Rosas, nossos padroeiros, a Nossa Senhora Aparecida, que habita nosso vestiário, mas também a Nilton de Todos os Santos, São Garrincha, São Carlito Rocha e até mesmo a São Biriba.
A faixa no estádio lembra: "O Gigante Voltou”!
Como Fênix, o Fogo ressurgiu. E de cinza!
Torcemos para que o Bota daqui para frente resgate seus tempos de glórias.
Continuaremos a reverenciar nosso passado, nossa história, nossos ídolos.
Com orgulho do presente, como foi na efusiva comemoração no jogo derradeiro em que a torcida não parou de cantar um segundo e os fogos anunciavam o retorno triunfal, que nos dá motivos para esperar um futuro ainda melhor.
Onde esperamos conquistar ainda mais títulos. Quem sabe uma Libertadores, um Mundial! Para sermos ainda maiores do que já somos.
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